No
mundo em que vivemos, dominado pela informação difundida nos mais diversos
suportes e linguagens, torna-se cada vez mais necessário desenvolver nos alunos
competências de literacia visual que lhes permita estabelecer uma relação
crítica com as imagens que são veiculadas através dos diferentes mass media.
A linguagem audiovisual pela proximidade que
apresenta com a linguagem do quotidiano oferece grande potencial comunicativo
e, por isso, deve ser integrada na sala de aula como recurso pedagógico
auxiliar do professor, uma vez que este tipo de linguagem, e de acordo com o
ponto de vista defendido por Moreira (2012),
permite uma aproximação eficaz à realidade,
tornando próximo e familiar o que parecia distante e incompreensível,
clarificando conceitos, estabelecendo pontes com o mundo exterior, encerra em
si própria importantes capacidades motivacionais, tanto mais que os estudantes
são suscetíveis à comunicação pela imagem”.
O vídeo enquanto recurso educativo oferece
múltiplas possibilidades de exploração pedagógica, servindo diferentes
finalidades, em função dos objetivos pedagógicos a alcançar previamente
formulados pelo professor. Os vídeos didáticos não narrativos (vídeos
científicos, técnicos e documentários) têm como principal função instruir, através
do registo da realidade, caracterizam-se pela autenticidade da informação
veiculada, enquanto os vídeos narrativos ficcionais apesar de não terem sido
concebidos com essa intenção /função, podem revelar-se apropriados para a abordagem
de determinado conteúdo.
Analisar um filme implica duas etapas importantes:
1)
A desconstrução
- decomposição ou descrição plástica dos planos;
2)
A
interpretação - estabelecimento e compreensão das relações entre os
elementos decompostos.
Tipologia de análise fílmica
a) Análise
textual – tipo de análise decorrente do estruturalismo linguístico dos anos
60/70, segundo o qual o filme é considerado como um texto, decomposto em segmentos
(unidades dramáticas), deixando de lado toda a riqueza visual.
b) Análise
de conteúdo - considera o filme como um relato, tendo em conta apenas o tema.
c) Análise
poética – este tipo de análise entende o filme como criação de efeitos, que
pressupõe a seguinte metodologia: identificar as sensações, emoções sentidas
durante o seu visionamento e dar conta do modo como esse efeito foi construído.
d)
Análise da imagem e som – entende o filme como
um meio de expressão, a partir do qual se encontra o modo como o realizador
concebe o cinema e como a 7ª arte permite pensar e lançar novos olhares sobre o
mundo.
Cada tipo de
análise requer a sua própria metodologia, no entanto optar por apenas uma das
abordagens possíveis, pode deixar a sensação de que muito ficou por dizer.
Referências bibliográficas:
Moreira, J. A. (2012). (Re)Pensar o
Ensino com objetos de aprendizagem audiovisuais em ambientes presenciais e
online. In J. A. Moreira e A. Monteiro
(orgs.), Ensinar e aprender online com
tecnologias digitais (pp. 77-87). Porto: Porto Editora
Penafria, M. (2009). Análise de filmes
– conceitos e metodologia(s), VI Congresso SOPCOM, abril de 2009. Acedido em http://www.bocc.ubi.pt/pag/bocc-penafria-analise.pdf
Sem comentários:
Enviar um comentário